ATA DA NONAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 31-10-2002.

 


Aos trinta e um dias do mês de outubro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Ervino Besson, João Bosco Vaz, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Carlos Alberto Garcia, Paulo Brum, Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Sofia Cavedon e Paulinho Ruben Berta. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Dr. Goulart, Isaac Ainhorn, Nereu D’Avila, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Haroldo de Souza, Valdir Caetano, Sebastião Melo, Pedro Américo Leal, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Maristela Maffei, Cassiá Carpes e Elói Guimarães. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Octogésima Oitava, Octogésima Nona e Nonagésima Sessões Ordinárias, que deixaram de ser votadas face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Requerimento nº 163/02 (Processo nº 3287/02); pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 198/02 (Processo nº 3178/02); pelo Vereador Almerindo Filho, 08 Pedidos de Providências; pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, o Projeto de Resolução nº 109/02 (Processo nº 3250/02); pelo Vereador Cassiá Carpes, a Emenda nº 14 ao Projeto de Lei do Executivo nº 062/02 (Processo nº 3005/02); pelo Vereador Estilac Xavier, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 017/02 (Processo nº 3013/02); pelo Vereador Haroldo de Souza, 04 Pedidos de Providências; pelo Vereador Paulo Brum, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PC do B, as Emendas nºs 04, 05 e 06 ao Projeto de Lei do Executivo nº 225/01 (Processo nº 3204/01). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Carlos Nedel, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 034/02 (Processo nº 1357/02) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica do Município. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 089 e 104/02, do Senhor José Pereira da Silva, Diretor do Departamento de Gestão do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério da Previdência e Assistência Social; 124/02, da Senhora Solange Bentes Jurema, Secretária de Estado do Ministério da Justiça. A seguir, o Vereador Carlos Alberto Garcia, presidindo os trabalhos, registrou a presença do Senhor Conceição Krusser, Prefeito Municipal de Encruzilhada do Sul - RS, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Excelência que, discorrendo sobre a situação da ovinocultura e da produção rural no Estado do Rio Grande do Sul, convidou a todos para o Primeiro Festival Estadual da Ovelha, a realizar-se do dia quatorze ao dia dezessete de novembro do corrente, no Município de Encruzilhada do Sul – RS. Na ocasião, o Senhor Presidente concedeu a palavras aos Vereadores Isaac Ainhorn, Adeli Sell, Cassiá Carpes e João Carlos Nedel, que se manifestaram sobre o assunto abordado pelo Senhor Conceição Krusser. Às quatorze horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Senhor Presidente registrou que o Vereador Beto Moesch se encontra representando externamente este Legislativo na solenidade de abertura do evento “União e o Delta do Jacuí", que está sendo realizado nesta Capital. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel, discursando a respeito de questões relativas à segurança no âmbito do Município de Porto Alegre, relatou casos de arrombamentos e roubos que têm vitimado a comunidade eclesiástica. Nesse sentido, comentou que as respostas exaradas pelo Executivo Estadual às Indicações apresentadas por Sua Excelência, relativas à solicitação de intensificação do policiamento na Zona Norte da capital, não têm sido satisfatórias. O Vereador Carlos Alberto Garcia, defendendo a viabilidade da disponibilização de vias públicas e ocupação de corredores de ônibus aos domingos e feriados para uso de lazer e entretenimento da população, asseverou que a construção da III Perimetral possibilitará tal propositura em trajeto que inicia no Aeroporto Salgado Filho até a Zona Norte da Capital. Ainda, instou aos Senhores Vereadores que reflitam a respeito do tema proposto por Sua Excelência. O Vereador Adeli Sell registrou a realização, do dia sete ao dia dez de novembro do corrente, na Cidade de Gramado - RS, do 14º Festival de Turismo, avaliando a importância desse evento para o debate de propostas que viabilizem o desenvolvimento do segmento turístico e hoteleiro do Estado do Rio Grande do Sul. Também, discorreu sobre a fiscalização do Município sobre as atividades comerciais informais, abordando Projetos de Lei em tramitação na Casa, que visam a coibir a falsificação de produtos e a comercialização de artigos fruto de descaminho. O Vereador Cassiá Carpes apresentou considerações relativas à manifestação dos eleitores no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, elogiando a atuação do Tribunal Regional Eleitoral - TRE - quanto à organização do último pleito eleitoral e à fiscalização das atividades dos partidos políticos envolvidos nesse processo. Nesse sentido, referiu-se à vitória dos Senhores Luiz Inácio Lula da Silva e Germano Rigotto, respectivamente, nas eleições para os cargos de Presidente da República e Governador do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib referiu-se a reiterados pronunciamentos do Vereador Haroldo de Souza, através do qual Sua Excelência manifestou sua insatisfação quanto ao não-cumprimento de promessa do ex-Prefeito Municipal, Senhor Tarso Genro, de solucionar a problemática dos menores desassistidos da Capital. Ainda, mencionou Ofícios encaminhados à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, relativos à destinação de recursos financeiros federais para o desenvolvimento de projetos sociais nas áreas da educação e da saúde. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Sebastião Melo discorreu acerca da aplicação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN - incidente em operações financeiras efetuadas por instituições bancárias no Município. Também, mencionou Pedidos de Informações encaminhados por Sua Excelência ao Executivo Municipal, relativo ao assunto, informando que solicitará à Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL uma análise acurada dessa questão. EM COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza referiu-se a matérias publicadas hoje na imprensa, que versam sobre declarações proferidas pelo Senhor Luís Inácio Lula da Silva, Presidente da República eleito, pertinentes às relações cordiais a serem estabelecidas entre os partidos políticos e o futuro Governo Federal, em defesa do bem comum. Ainda, analisou criticamente a participação do Senhor Presidente da República eleito em programas da Rede Globo de Televisão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Goulart pronunciou-se sobre as condições estruturais do Sistema Único de Saúde, reportando-se ao atendimento prestado pelo Hospital São Lucas à comunidade carente e destacando os trabalhos efetuados pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC - RS - na área da pesquisa científica. Também, declarou que encaminhará Moção de Apoio à referida entidade, para que a mesma mantenha seu caráter filantrópico. O Vereador Elói Guimarães manifestou-se sobre a conjuntura política estabelecida no País a partir das últimas eleições gerais, examinando os resultados das mesmas, especialmente no Rio Grande do Sul. Em relação ao assunto, teceu considerações acerca dos motivos que levaram a população gaúcha a eleger o Senhor Germano Rigotto para o cargo de Governador do Estado, elogiando a atuação dos órgãos que integram a Justiça Eleitoral, no que tange à realização deste pleito. O Vereador Ervino Besson, enfocando o crescimento dos índices de criminalidade no Brasil, procedeu a relato de roubo praticado recentemente contra o Instituto Santa Luzia - Escola de 1º Grau para Cegos e aludiu ao homicídio sofrido pelo Senhor José Fernandes Pacheco no dia vinte e quatro de outubro do corrente. Nesse sentido, questionou os dispositivos legais que regulamentam a concessão do benefício da liberdade provisória a réus acusados da prática de homicídio. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 6ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Executivo nºs 062, 063, 064, 065, 066 e 067/02, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell, Sofia Cavedon, João Carlos Nedel, Ervino Besson e Marcelo Danéris. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn afirmou existir uma tendência à manutenção das políticas econômicas praticadas pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso durante o primeiro ano de mandato do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República. Também, criticou a alíquota atualmente instituída para a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras - CPMF - e teceu considerações sobre o resultado das últimas eleições para o Governo do Rio Grande do Sul. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 15, de autoria do Vereador João Bosco Vaz, ao Projeto de Lei do Executivo nº 062/02 (Processo nº 3005/02). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulinho Ruben Berta pronunciou-se sobre o Programa de Saúde Familiar – PSF, cobrando do Executivo Municipal a implementação de Unidade de Saúde no Conjunto Habitacional Rubem Berta, conforme deliberado em reunião do Orçamento Participativo em mil novecentos e noventa e sete. Nesse sentido, solicitou o apoio dos demais Vereadores da Casa, lembrando haver cerca de trinta mil pessoas morando nesse local e que precisam desse serviço. Às dezesseis horas e cinqüenta e um minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Sr. Conceição Krusser, Prefeito Municipal de Encruzilhada do Sul, em comparecimento a esta Casa, está com a palavra para falar a respeito do I Festival Estadual da Ovelha.

 

O SR. CONCEIÇÃO KRUSSER: Boa-tarde a todos, quero saudar o Ver. Carlos Alberto Garcia, na presidência dos trabalhos, e em seu nome saudar os demais colegas Vereadores. Posso dizer assim, porque durante oito anos tive a alegria e a felicidade de, em Encruzilhada do Sul, estar na Casa Legislativa daquele Município, e sei da importância que representa o Poder Legislativo, quando trabalha com seriedade, com responsabilidade, e, tenho certeza, esta Casa orgulha a todos os porto-alegrenses.

Estamos realizando o Festival Estadual da Ovelha, que, na realidade, é um evento da maior importância para o Rio Grande do Sul. Na década de 80, Encruzilhada do Sul produzia, mais ou menos, quinhentos e sessenta mil quilos de lã. Na época, a 7,5 dólares por quilo, traduzindo para os valores de hoje seriam 30 reais, o que dava mais de 16 milhões de reais, que giravam no Município, apenas com a lã. Se colocarmos o comércio das peles, o comércio de carne, o comércio da própria ovelha, das matrizes, da genética, a fixação do homem no campo, geração de emprego, as pastagens e o envolvimento da sanidade do rebanho, com as agropecuárias trabalhando e gerando empregos, mais de 30 milhões giravam em nosso Município. Se vocês fizerem um raciocínio macro, verão a importância desse setor da economia do Rio Grande que, de certa forma, pela tecnologia, pelo fio sintético, a lã deixou de valer, e a maioria dos produtores em nível de Rio Grande, de 12 milhões de cabeças hoje tem 4 milhões, e Encruzilhada do Sul de 150 mil cabeças hoje tem apenas 40 e poucos mil. Mas é um momento bom; está virando essa página e há uma expectativa em nível internacional de que na próxima década o preço da lã vai garantir ao produtor um melhor rendimento. Hoje já está em 10 reais para o produtor, o quilo da lã, o que há um ano e meio atrás era 4 reais e não valia nem a pena tosquiar a ovelha.

Dessa forma, aproveitando um gancho que todos aqui sabem, conhecem, que é o sabor e a qualidade da ovelha de Encruzilhada, por ter uma pastagem rica em minerais, o que é próprio daquela terra, nós resolvemos fazer o maior churrasco do mundo e o mais saboroso, mas ao mesmo tempo discutir a cadeia produtiva e orientar aquele produtor que deixou de criar ovelha, porque não estava dando lucro e hoje ele tem um mercado aberto. Para vocês terem uma idéia, vocês sabem disso, porque acompanham o mercado em todos os setores, principalmente o primário, é muito difícil encontrar um setor, hoje, em que nós tenhamos facilidade de colocar o produto. Hoje o produtor até produz, mas quando produz não tem preço. Pois a carne de ovelha tem um mercado e a lã também tem um mercado. Talvez seja um caso raro neste momento na economia do nosso Estado, principalmente no setor primário, porque, geralmente, quando se tem produção, não se tem preço e, quando se preço, não se tem produção. Por isso, juntando todo esse processo, nós estamos fazendo um evento que vai rediscutir a cadeia produtiva, além do churrasco, além de receber as pessoas com hospitalidade, que é característica de Encruzilhada do Sul, nós queremos também que o produtor se conscientize que é possível melhorar a qualidade de vida, voltando a criar ovelha. Nós temos campo, nós temos um produtor acostumado a essas lidas, falta agora nós trabalharmos para que ele volte a fazer aquilo que ele sempre fez. Como eu disse para vocês, 2,5 milhões giravam por mês em Encruzilhada, e hoje o Orçamento do Município não chega a 1 milhão mensal. Então, essa é a importância dessa atividade.

Se vocês fizerem uma análise um pouquinho mais profunda, verão que a metade Sul do Estado, talvez um dos problemas que está aí: quantos milhões – não vou dizer bilhões –, giravam na metade Sul na ovinocultura, que hoje deixaram de girar. São vários aspectos, mas esse aspecto, com certeza, empobreceu o homem do campo.

Por isso, agradeço aos Srs. Vereadores pela oportunidade da minha presença nesta Casa, e quero dizer que será um orgulho recebê-los em nosso Município, junto com a FARSUL, a FIERGS, com o CENAR, com a Assembléia Legislativa, com o Ministério da Agricultura, com a Secretaria da Agricultura do Estado, com a ARCO – Associação Rio-Grandense de Criadores de Ovinos, para discutirmos a cadeia produtiva e de lá sair uma carta para encaminhar ao novo Governo, para que ele possa, de certa forma, envolver-se nesse processo e melhorar a produção primária e a qualidade de vida do homem do campo.

Então, muito obrigado pela oportunidade. Estão convidados, será um orgulho e eu tenho brincado, onde chego, que eu não faço um convite, mas uma intimação...

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Uma convocação.

 

O SR. CONCEIÇÃO KRUSSER: Convocação não fica forte; eu quero uma intimação. Quero que todos estejam em Encruzilhada para comermos um churrasco, e com certeza será um orgulho para toda a comunidade encruzilhadense. O evento será do dia 14 a 17 de novembro. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Obrigado, Sr. Prefeito.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente dos trabalhos, Ex.mº Sr. Conceição Krusser, Prefeito de Encruzilhada do Sul, pessoa a quem conhecemos desde a época em que era Vereador de Encruzilhada e agora encontra-se no seu segundo mandato de Prefeito daquela Cidade.

Nós o saudamos pela sua presença no Plenário da Câmara Municipal e salientamos a importância da sua presença, que vem divulgar um evento da maior importância, porque representa uma das vertentes de recuperação da economia rio-grandense.

Felizmente, vivemos um bom momento da ovinocultura. Fala um produtor rural que acredita na ovinocultura e quando V. Ex.ª, Prefeito de Encruzilhada do Sul, aqui comparece, nós sentimos a presença do poder público dando a sua parcela de contribuição ao desenvolvimento da economia do Rio Grande do Sul.

Eu quero saudar V. Ex.ª e dizer da importância do tema que V. Ex.ª aborda, porque infelizmente o rebanho do Rio Grande do Sul, que era de mais de vinte milhões de ovinos, hoje, está reduzido a cinco milhões. O Rio Grande do Sul tem de acreditar na recuperação da ovinocultura, porque, veja V. Ex.ª que o Uruguai, com o seu tamanho, tem trinta milhões de ovinos e nós, no Brasil, temos cinco milhões e quinhentas mil cabeças de ovinos das mais diversas raças.

Eu, sinceramente, quero cumprimentar V. Ex.ª pela iniciativa pioneira de Encruzilhada por esse evento importante e tenho certeza que muitos Vereadores, de todos os partidos políticos, lá estarão prestigiando esse evento, porque não é só um evento de Encruzilhada, mas um evento do Rio Grande do Sul que teve a iniciativa de Encruzilhada, de V. Ex.ª, de seus assessores e de seus auxiliares mais diretos.

Parabéns e contem conosco. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente dos trabalhos, Prefeito Conceição de Encruzilhada e sua comitiva, é um prazer tê-lo aqui na Câmara Municipal e saber dessa iniciativa ousada de fazer o I Festival da Ovelha do Rio Grande do Sul, sendo, como disse o Ver. Isaac Ainhorn, um elemento de impulsionamento para a ovinocultura no Rio Grande do Sul, pois sabemos da sua importância econômico-social já que, dentro dessa cadeia produtiva, muita mão-de-obra será gerada e a fixação de homens e mulheres no Município de Encruzilhada do Sul.

Nós queremos ajudá-lo a divulgar ao máximo esse evento pelo Rio Grande do Sul afora. Nós, há pouco, comentávamos que nós temos, antes desse evento, o Festival de Turismo em Gramado, vamos, então, fazer com que isso se torne notícia nacional e também salientar, que poucos sabem, que Encruzilhada faz um trabalho de vanguarda na vinicultura, com viníferas de primeira linha. Teremos, muito em breve, a produção de vinho como uma nova marca no Município de Encruzilhada do Sul.

Está de parabéns o Município, está de parabéns a Prefeitura e contem conosco nesse evento, pois estaremos lá para saborear o churrasco de ovelha. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Obrigado, Ver. Adeli.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sr. Prefeito de Encruzilhada do Sul, nossa satisfação em tê-lo aqui. Queremos dizer que desenvolver as peculiaridades da suas regiões e cidades é um detalhe importantíssimo para a divulgação também do nome da cidade. Na minha terra, por exemplo, São Borja, no mês de novembro, vai ter a Fechurrasco e assim por diante, acho que isso valoriza a região, estrategicamente cria um desenvolvimento novo na região, o turismo se desenvolve por si só. E V. Ex.ª vem aqui nesta Casa divulgar esse perfil da sua Cidade. Isso é muito bem-vindo, meus parabéns! Que crie realmente o turismo, o desenvolvimento da Cidade e da região. Parabéns pela iniciativa! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, eu gostaria de, em nome da minha Bancada, do Partido Progressista Brasileiro, dos Vereadores João Antonio Dib, do meu, do Ver. Pedro Américo Leal e do Ver. Beto Moesch, dar as boas-vindas ao Prefeito Conceição Krusser de Encruzilhada, ao meu colega de trabalho, meu amigo Valnei, demais membros da sua delegação, que estão aqui na Câmara para divulgar esse evento do I Festival Estadual da Ovelha, que se vai realizar na sua Cidade, de 14 a 17 de novembro.

Eu gostaria, Sr. Prefeito, de cumprimentá-lo pela iniciativa e também cumprimentá-lo pela excelência do seu Município; esse Município que contém imensas reservas minerais. Lá tem mármore, mármore rosa, granito – é impressionante a sua potencialidade nessa área mineral – tem madeira de empresas de reflorestamento, tem uma pecuária forte, uma agricultura diversificada. São raros os Municípios que têm essa potencialidade. Eu tenho certeza de que V. Ex.ª está desenvolvendo essas potencialidades. E esse festival, por certo, irá promover o produto ovino, irá promover muito mais o seu Município.

Meus parabéns, meus cumprimentos. Seja bem-vindo, e que esse Festival seja um sucesso. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Prezado Prefeito, receba, mais uma vez, a saudação desta Casa, e quero dizer que a sua intimação será acolhida. Tenho a certeza de que inúmeros Vereadores estarão lá representando esta Casa, bem como a população das nossas cidades que, através do nosso Canal 16, no assiste, também tomará conhecimento desse evento, que eu tenho certeza que quem ganha com isso não é só o Município de Encruzilhada do Sul, mas é o Rio Grande do Sul como um todo, que cada vez mais pode colocar à disposição da população aquilo que há de tradicional do seu nativismo, da sua cultura. Portanto, Prefeito, mais uma vez, receba em nome da nossa Casa o nosso carinho, nosso apreço e o abraço de todos os Vereadores aqui desta Casa. Muito obrigado.

Suspendemos a Sessão para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h36min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 14h39min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. Beto Moesch, que está em representação desta Casa.

O Ver. Beto Moesch está representando a Casa na solenidade de abertura do “União e o Delta do Jacuí”, realizado hoje junto com outros órgãos: Fundação Zoobotânica e mais uma exposição de abertura.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, nossa Cidade passa por muitas modificações e essas modificações às vezes não nos agradam. Falo especialmente na área de segurança. Hoje os jornais noticiam que a Capela Nossa Senhora de Fátima, na Vila Fátima, na Bom Jesus, foi assaltada. Uma capela, numa região pobre, que ajudava os pobres - alimentos, roupas usadas para serem distribuídas aos pobres -, foi arrombada, assaltada. Uma tristeza!

Recebi também um telefonema do Reitor do Santuário Mãe de Deus, na Vila Nova, nos altos do Morro da Glória, informando que estão tendo dificuldades imensas com segurança. Diariamente, nós vemos problemas sérios.

Eu, como Vereador desta Casa, encaminhei uma indicação ao Sr. Governador do Estado, pedindo que seja intensificado o policiamento na região Norte de Porto Alegre, porque fatos lamentáveis têm ocorrido naquela região. E a resposta, que deveria vir do Sr. Governador ou da Casa Civil, vem do Diretor do DRC - Diretor Regional “não-sei-do-quê”. Ver. Paulinho, V. Ex.ª, que é lá do Bairro Ruben Berta, justamente dessa região, ele diz que não vão tomar providências, porque os índices recrudesceram. Ver. Adeli Sell, “recrudescer” significa aumentar. Os índices de violência aumentaram, e, por isso, não vão tomar providências. Acredito que é um problema de português. V. Ex.ª, que é professor de inglês, poderia explicar por que não vão providenciar uma intensificação do policiamento, já que os índices recrudesceram, ou seja, os índices aumentaram?

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acredito que não é por causa de um erro que não vamos tentar resolver o problema. Eu concordo com V. Ex.ª que há problemas, e nós vamos, inclusive, solicitar que o senhor libere suas notas taquigráficas para que, amanhã mesmo, ou hoje à tarde, ainda, possamos dar o devido encaminhamento com a devida cobrança que o assunto merece, porque somos daqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado, Vereador. Eu gostaria de falar ainda que os jornais hoje noticiaram... E peço que a televisão mostre aqui esta triste notícia. (Mostra a notícia.) (Lê.) “Suicídio entre os jovens aumenta.” É uma triste notícia, e, tristemente, Porto Alegre é a segunda colocada em suicídios de jovens no País, atingindo 10,4%, só sendo superada por Belém do Pará.

A nossa Cidade tem notícias tristes ultimamente. Nós já somos a Cidade com maior índice de AIDS; agora, a segunda no País, a vice-campeã em suicídio de jovens. Alguma coisa não está bem, alguma coisa precisa ser mudada; o homem deve melhorar, mas as autoridades também devem tomar as suas providências. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, quero continuar a discussão, aqui nesta Casa, de um Projeto de Lei nosso que está tramitando, relativo à ocupação do corredor de ônibus da III Perimetral. Voltamos a insistir com esse assunto, porque a nova Perimetral, que está em fase de conclusão, tem 12 Km e hoje atinge vinte bairros. Entendemos que esse espaço, aos domingos e feriados, deve ser ocupado pela população, para o seu lazer e a sua recreação. Para isso estamos começando um processo de discussão com os diversos centros comunitários, as diversas associações de bairros, as diversas comunidades que, ao longo desse trajeto de 12 km, fazem a sua vida diária. Até agora percebemos que a população como um todo é simpática a essa idéia, porque no domingo há uma redução natural do número de ônibus que percorrem a nossa Cidade, e não vemos nenhuma objeção que, aos domingos e feriados, esses ônibus possam fazer um percurso diferente, esse percurso seria, simplesmente, um deslocamento: em vez de ocupar os corredores destinados a eles, ocupariam as faixas laterais, para que a população pudesse, de maneira familiar, de maneira amiga, levar os seus filhos e vizinhos para conversarem, para caminharem, andarem de bicicleta e, por que não, tomarem chimarrão. Um tradição que temos no nosso Município. O que estamos insistindo e conversando é para que os Vereadores fiquem sensíveis a esse fato, porque, daqui a uns meses, teremos de votar este Projeto. É importante que cada um tenha o seu posicionamento, que entenda de ocupação de espaços públicos.

Entendemos, cada vez mais, que a população como um todo deve ocupar esses espaços públicos para o seu próprio lazer e entretenimento. Hoje, ainda, a cidade de Porto Alegre carece de espaços para a sua prática de lazer e recreação. Nós temos certeza de que esses 12 km que começam no Aeroporto e vão até o Bairro Teresópolis vão ser muito bem utilizados pela população da Cidade. Isso será, a cada domingo, a cada feriado, um dia de festa, de confraternização na nossa Cidade, porque a população vai ter um novo espaço. Eu volto a dizer: espaço para o seu lazer, para a sua recreação e para o seu divertimento. O que estamos discutindo, conversando com os Vereadores é que eles também possam, juntamente conosco, discutir com a população do entorno da III Perimetral. Eu volto a dizer: nesse trajeto de 12 km, estão constituídos vinte bairros da nossa Cidade, que poderão, a partir dessa iniciativa, ter, nos domingos e feriados, um novo espaço, um espaço que será da população para que as famílias possam utilizar da melhor maneira possível, seja para jogar o seu futebol, seja simplesmente para fazer um bate-papo ou tomar um chimarrão, e temos certeza de que esse será, em Porto Alegre, um novo espaço de encontro, de alegria e de muita diversão. Por isso vamos insistir no sentido de que esse assunto possa ser cada vez mais discutido aqui na Câmara e junto à sociedade civil organizada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Carlos Pestana em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Caro Ver. Nedel, na presidência dos trabalhos, colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores.

Nós queremos, antes de mais nada, registrar que, nos próximos dias, teremos o 14.º Festival de Turismo, em Gramado, evento extremamente importante que gostaríamos de deixar aqui marcado, o qual ocorrerá de 7 a 10 de novembro. Esse evento é de extrema importância para o Rio Grande do Sul e para o Brasil. Nós, sem dúvida nenhuma, precisamos que esse segmento evolua na nossa história, no nosso País, porque é um segmento que gera emprego e renda.

Quero tratar de um assunto de que tenho tratado, sistematicamente, aqui, Ver. Isaac Ainhorn, que é a questão da fiscalização do comércio, dos empreendimentos em nossa Cidade e, em particular, do comércio informal. A Prefeitura Municipal acaba de colocar nas ruas de Porto Alegre os novos fiscais da SMIC treinados para dar combate às ilegalidades. Ainda na sexta-feira, discutia com integrantes da Secretaria, no sentido de que existe uma Legislação Federal e Estadual... E quero pedir o apoio às Sr.ªs e aos Srs. Vereadores para que votemos um Projeto nosso que está na Ordem do Dia e que vai ajudar a SMIC e os novos fiscais. Há dois pontos que faltam para que um fiscal possa agir imediatamente: é a questão da pirataria e do contrabando. Não existe na Lei Municipal, logo, sempre é preciso buscar guarida na Receita Federal, o que atrapalha, o que atrasa a fiscalização. Portanto, com os novos fiscais, Ver. Isaac, e com o Projeto votado e tornado Lei, muita coisa mudará na Cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentar V. Ex.ª, mas quero também fazer um apelo a sua sensibilidade social. Atualmente, estou lendo um livro, um ensaio de um professor da Universidade de São Paulo, que trata da vida de uma extraordinária figura, o Embaixador Luiz Martins de Souza Dantas. Luiz Martins de Souza Dantas, foi, de 1922 a 1944, Embaixador brasileiro na França. Quando Embaixador, ele liberou, deu muitos vistos de entrada para o Brasil para judeus que vinham perseguidos da Alemanha nazista, sobretudo no período dramático de 1940 a 1941, quando havia proibição de se expedir esses vistos de entrada no Brasil. Pois, eu quero lhe dizer, Vereador, que essas pessoas tinham advertência do Governo brasileiro, infelizmente, que dizia o seguinte: nós não queremos mascates, não queremos ambulantes, não queremos este tipo de gente. Agora, na realidade, às vezes, quando a gente atua contra os camelôs, temos de ter uma grande sensibilidade social para não cair numa tese de preconceito contra essa gente, que luta por um espaço de vida, dramaticamente, em uma sociedade que não oportuniza empregos dignos e formais.

 

O SR. ADELI SELL: Exatamente. Nós temos essa sensibilidade social, por isso que nós apostamos e apoiamos a proposição do Ver. Nedel, de criação dos mercados populares, dos shopping populares, e já sugerimos que fizesse uma negociação com a Prefeitura, se há algum ponto que se possa modificar, melhorar e, se necessário, tirar. Nós temos aplicado verba pública da Prefeitura para que todos aqueles excluídos tenham o seu espaço. Mas nós temos visto que, inclusive quero denunciar aqui, na véspera das eleições, camelôs do Centro foram insuflados contra fiscais da Prefeitura, que estavam aplicando a Lei. Vereadores, homens públicos, pessoas que têm de zelar pela Lei, têm de cumpri-la, e, se acham que a Lei está errada, têm de mudá-la. Por isso eu propus o Projeto que inclui a pirataria e o contrabando, para que o fiscal da SMIC, com toda a guarida da Lei, possa agir, porque isso é nefasto para os empregos, porque a pirataria e o contrabando tiram o emprego formal, e nós sabemos que, por trás da pirataria e do contrabando, tem muita coisa grave, gravíssima, interesses muito grandes que se beneficiam da evasão fiscal. Por isso, meu caro Presidente, faço este apelo às Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores para que votemos o nosso Projeto, que coíbe de fato, na prática, a pirataria e o contrabando. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Ver. Oliboni, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, acho que é o momento de reflexão, não de comemoração nem de cobranças. Até porque a gente pode fazer, neste momento, algumas avaliações equivocadas sobre o que vem pela frente, já que os governos não assumiram ainda o poder completamente, mas a gente pode fazer algumas análises.

Parabéns, primeiro, ao TRE, Justiça Eleitoral, que tão bem se colocou frente ao pleito; à imprensa, em geral, que deu a divulgação necessária; aos partidos políticos, aos candidatos eleitos ou não, aos eleitores, que, no meu entender, fizeram um pleito para o Rio Grande do Sul importantíssimo, onde separou o Governo Federal do Estadual. Faço aqui uma análise de quem andava pelas ruas, numa campanha praticamente nas ruas, buscando uma análise que hoje posso passar com a maior tranqüilidade, embora não seja o dono da palavra.

No Governo Federal, quanto à vitória do Lula, meus parabéns aos Partidos que apoiaram o Lula, o Partido dos Trabalhadores, que teve, no meu entender, uma vitória merecida do Lula, pelo que ele representa e representou nessa luta; se preparou e esteve acima do seu Partido, no meu entender. Havia uma força de mudança muito grande no País, e o Lula se preparou para tal. Merecida a vitória do Lula, e esperamos que ele faça um grande governo.

Aqui, no Estado, também desejamos ao Governador Rigotto que tenha um trabalho permanente de modificação das coisas do nosso Estado, que venha neste momento olhar para trás um pouco e também ver o que cometeu de enganos o governo anterior e este atual, porque o anterior foi rejeitado pela população e o atual também foi rejeitado. Merecida e justa pelo seu perfil de equilíbrio, bom senso e de tratamento das coisas do Rio Grande.

Quero também fazer algumas alusões aqui a essa jovem democracia brasileira, Ver. Humberto Goulart, mas nós devemos ir aos pontos cruciais. Nós necessitamos urgente de uma reforma partidária, porque essa eleição foi uma salada de frutas, uma confusão geral em termos de partido político no Brasil. Essa eleição mostrou, pelas coligações realizadas, que jamais nós imaginaríamos esse tipo de coligação, mas pela deterioração do aspecto político, dos partidos políticos, nós vimos coligações que jamais poderíamos imaginar.

Eu espero que o nosso Presidente Luiz Inácio da Lula da Silva e o nosso Governador Germano Rigotto tenham sabedoria, bom-senso e escolham bons assessores, que não se dobrem a isso que nós já estamos vendo aí, que é uma coisa preocupante: partidos políticos usando a sua capacidade de persuasão para atingir o Governo ou para chegar ao Governo, quando, mais adiante, logo ali estarão virando as costas para esse Governo e sendo oposição. Então, muito cuidado. É o que nós torcemos, para que tenham equilíbrio, tenham inteligência e sabedoria para distinguir o que é bom para a Nação e bom para o Rio Grande do Sul.

Eu quero, também, aqui falar sobre duas conclusões sobre o que vi na rua. O TRE deve, a partir de agora, com toda a sua inteligência, sua aparelhagem, manter o equilíbrio financeiro de uma campanha política, porque não há equilíbrio, ainda, financeiro na campanha, e, principalmente, critérios para uso da televisão. Aqueles espaços para os Deputados Estaduais é só para os Deputados Estaduais, para os Federais, para os Senadores, para os Governadores e para o Presidente. Tem que ter a proporcionalidade.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria colaborar com V. Ex.ª e cumprimentar V. Ex.ª pela colocação, pelo encaminhamento que está dando, colocando como fundamental a proporcionalidade entre o tempo das eleições majoritárias e das eleições proporcionais, no caso Deputado Estadual e Deputado Federal.

Agora, ao meu juízo, ela depende de alteração de lei federal, porque o que fazem os Tribunais Regionais Eleitorais é adequar e só executar aquilo que está na norma jurídica. Sou grato a V. Ex.ª.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Obrigado pela colaboração, isso vem colaborar com o que nós estamos aqui levantando. Nós não temos, ainda, nessa jovem democracia, essa proporcionalidade; nós temos equívocos, ainda, mas devemos parabenizar o TRE pelo cumprimento das regras. Agora, precisamos dessa reformulação partidária e dessa lei que beneficia aquele que tem, por exemplo, um cargo em disputa da majoritária em relação à proporcional. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, a simplicidade é uma coisa muito boa, muito interessante. Eu vou fazer esta Comunicação de Liderança em homenagem ao Ver. Haroldo de Souza, pela frustração que ele sempre demonstrou aqui nesta tribuna com a falta de cumprimento da promessa do Prefeito que abandonou a Cidade de cuidar das crianças e de fazer mais assistência social nesta Cidade.

Nós todos, Vereadores, recebemos um espelho onde tem muito papel - e eu tenho reclamado da quantidade de papel que é desperdiçado nesta Casa. Então, resolvi olhar, nos últimos dias, o que aconteceu, já que tanto se fala que o Governo Federal é o culpado de todas as mazelas deste País.

Um Município rico como Porto Alegre, com dinheiro em CDBs, recebe todos os dias, praticamente – porque nós recebemos aqui, eu escolhi, tenho aqui os dias 21 de outubro, 23 de outubro, 30 de outubro e 31 de outubro, oito ofícios do Sr. Sady Carnot Falcão Filho, Diretor do Fundo Nacional de Saúde, mandando para Porto Alegre 3 milhões 362 mil 565 reais. No mesmo dia, da Sr.ª Mônica Messenberg Guimarães, Secretária-Executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, 168 mil 657 reais e 40 centavos ao Programa Nacional de Merenda Escolar. O ofício 118, do Sr. José Pereira da Silva - esse deve levar uma Medalha de Porto Alegre. Programa Capacitação no valor de 4 mil 650 reais; “Bolsa Agente Jovem”, 9 mil 750 reais; “Bolsa Orientador Social”, 1 mil 200 reais.

Ofício n.º 088/02, do Sr. José Pereira da Silva - de novo - mandando para Porto Alegre, destinados para geração de renda para as famílias do programa “Geração de Renda para as Famílias do PETI”, 202 mil 849 reais e 27 centavos.

Do mesmo Sr. José Pereira da Silva, Ofício n.º 076/02, “Bolsa Agente Jovem”, 53 mil 625 reais; “Bolsa Orientador Social”, 6 mil e 600 reais.

Ofício n.º 114/02, do Sr. José Pereira da Silva, “Capacitação”, 9 mil e 300 reais; “Bolsa Agente Jovem”, 24 mil 375 reais; “Bolsa Orientador Social”, 3 mil reais.

Ofício n.º 121/02, do Sr. José Pereira da Silva, “Bolsa Criança Cidadã”, 44 mil reais; “Jornada Ampliada/Erradicação do Trabalho Infantil”, 11 mil reais.

Ofício n.º 089/02, programa “Bolsa Agente Jovem”, 17 mil 875 reais; “Bolsa Orientador Social”, 2 mil e 200 reais.

Ofício n.º 104/02, do Sr. José Pereira da Silva, aos programas “Bolsa Criança Cidadã”, 44 mil reais; “Jornada Ampliada/Erradicação do Trabalho Infantil”, mais 11 mil reais.

Ofício n.º 124/02, da Sr.ª Solange Bentes Jurema, do Ministério da Justiça, comunicando verba à Casa de Apoio Viva Maria, 50 mil reais.”

Portanto, o Município de Porto Alegre recebe, praticamente todos os dias, recursos do Governo Federal, e a assistência social, meu caro Ver. Haroldo de Souza, a quem estou homenageando neste momento, continua faltando na cidade de Porto Alegre. Mas não é por falta de dinheiro, não é por falta de atenção do Governo Federal, é porque preferem colocar o dinheiro em CDBs. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações, por cessão de tempo da Ver.ª Clênia Maranhão.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente Ver. Oliboni, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, em discussão em Pauta Especial, na semana passada, entre alguns temas que referi, Ver. Dr. Goulart, eu falei sobre a questão da não-cobrança de impostos municipais referentes às transações financeiras aqui em Porto Alegre. Na Sessão posterior, o Ver. Juarez Pinheiro veio à tribuna, e tenho inclusive aqui as suas manifestações dizendo que o Ver. Sebastião Melo, como sempre, faz, desta tribuna, manifestações irresponsáveis, e trouxe uma série de dados relativamente a essa matéria. Eu acho, Ver. Juarez, que nós estamos entrando num bom debate, porque afinal de contas diz respeito a cobrar impostos de banqueiros. Eu vou começar esse debate lendo, aqui, o discurso do Ver. Henrique Fontana, Líder do Governo, quando essa matéria foi votada aqui na Câmara: (Lê.) “O Brasil não cobra impostos demais, o Brasil cobra muitos impostos de alguns que não podem pagar e cobra poucos impostos de alguns poucos que poderiam pagar muitos milhões de dólares para construir a justiça social por que este País espera e seguramente conseguirá. O exemplo que o Ver. Pedro Ruas dá hoje, apresentando esse Projeto que poderá arrecadar 08 ou 09 milhões de dólares por ano, só para dar uma noção para as pessoas que estão acompanhando esta Sessão, se o valor fosse efetivamente recolhido...” - Ver. Dr. Goulart – “... pelos cofres públicos, daria, por exemplo, para custear trinta e cinco a quarenta unidades básicas de saúde em Porto Alegre.” V. Ex.ª vem à tribuna e diz o seguinte...

Eu fiz vários pedidos de informações. Esteve aqui conosco na Comissão o falecido Secretário Utzig, depois esteve o Chefe da Arrecadação, o Ver. Dib participou dessas Sessões, e outros Vereadores, e essa matéria nunca foi respondida com clareza. Fiz uma série de pedidos de informações, até hoje não respondidos. Não sei os dados que V. Ex.ª traz... Porque não posso confrontá-los. Já tenho uma proposta concreta e vou propor na semana que vem a convocação ou o convite do Secretário da Fazenda para nós voltarmos a debater esse assunto. Porque V. Ex.ª disse que são trezentos e trinta e dois autos de infração, 07 milhões na dívida ativa e 23 milhões na fase de recursos. Então vou pegar os dados de V. Ex.ª. Se o Líder do Governo disse que eram 10 milhões de dólares por ano, e essa Lei é de 93, em 94 nada foi cobrado, 95, 96, 97, 98, 99, 2000, e agora nós temos 07 milhões na dívida ativa, portanto, um valor extremamente..., e temos 23 milhões. Se a tese do Líder do Governo está correta, significa, Ver. Dr. Goulart, que nós teríamos de ter lavrado, durante todos esses anos, no mínimo, 20 milhões de dólares de auto de infração, multiplicando por todos esses anos, o que não foi feito. Então, Ver. Juarez Pinheiro, eu não posso confrontar, porque V. Ex.ª traz os dados e a Prefeitura não me respondeu. Mas, já vou deixar aqui, de público, porque vou propor à Comissão de Finanças e Orçamento o retorno dessa matéria, porque ela é de alto significado para a cidade de Porto Alegre. Porque eu não posso ter um discurso que defenda os pequenos e estar de mãos dadas com os banqueiros. Isso não está correto e é uma contradição do Partido de V. Ex.ª. Tem de justificar, porque o discurso é um e a prática tem sido outra.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª, às vésperas das eleições, veio à tribuna e, além de tudo, distribuiu um panfleto irresponsável na Cidade - porque ele não correspondia à verdade - de que aqueles itens que compõem os itens 44, 46 e 48 da tabela do ISSQN, não estariam sendo cobrados. V. Ex.ª disse que não estariam sendo cobrados e eu mostrei a V. Ex.ª que estavam sendo cobrados.

De outra parte, V. Ex.ª, que inclusive é membro do Conselho do OAB, Seção RS, sabe que a questão de recurso é uma questão da democracia, é uma base, uma pilastra inseparável do processo democrático, do Estado Democrático de Direito. Portanto, causa-me espanto V. Ex.ª achar que não se deva permitir que um contribuinte possa recorrer seja via administrativa ou via judicial. Mas, o seu panfleto e as suas palavras não correspondiam à verdade.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero só deixar uma pergunta ao telespectador: será que o recurso contra a fruteira da Restinga leva dez anos, quanto leva o dos banqueiros? Será que o recurso contra o pequeno comerciante leva dez anos, como leva na prateleira da Prefeitura? Essa resposta a Prefeitura tem de dar. Porque se a Lei é de 1994 e até hoje os recursos continuam pendentes nas prateleiras, alguma coisa há. A dívida ativa de quem não paga IPTU de um ano para outro, ela é colocada na Vara da Fazenda Pública, Ver. Juarez. Então, V. Ex.ªs têm sim um procedimento com os pequenos, de apertar os pequenos; mas quando se trata dos banqueiros, V. Ex.ªs são iguaizinhos aos piores neoliberais deste País; têm uma perfeita sintonia e parceria, que, aliás, está demonstrando nos primeiros dias de pronunciamento pós-eleitoral, matéria que oportunamente nós iremos tratar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Ver. Aldacir Oliboni, que preside os trabalhos, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores. Muito obrigado ao Ver. João Dib pelas citações. Manchete do jornal O Sul: “Lula se reunirá com todos os Partidos.” Manchete do jornal Zero Hora: “Lula promete a Rigotto não discriminar o Rio Grande do Sul.”

Essas duas manchetes já me bastam para continuar alimentando o meu sonho, pois sou um sonhador convicto de que as coisas irão melhorar no dia em que separarmos nossas atividades parlamentares, partidárias, do interesse comum pelo social.

Se o Lula quer dialogar, se o Lula quer conversar com todos e quer governabilidade, por que negar ao máximo mandatário da Nação essa sua pretensão?

Lula sabe das dificuldades que irá enfrentar pela conjuntura econômica mundial. Ele sabe que o “pepino” que ele vai segurar a partir de janeiro é descomunal. E, se ele pensa em governar com todos e para todos, é hora, sim, de unirmos todas as forças pelo bem do povo e pelo bem da Nação Brasileira.

Essa história de oposição por oposição, eu estou fora. A oposição é saudável, é necessária em todos os meios políticos, mas fazer oposição por fazer e ser contra por necessidade de se ter uma oposição atuante nos leva ou leva-me diretamente, de novo, àquele descrédito que eu tenho da política do jeito que ela é feita.

Se todos querem um Brasil progressista, um Brasil atendendo às necessidades básicas de sua gente, um Brasil que se desenvolva em todos os segmentos - e que isso trará benefícios para a sociedade - como ser contra? Ou: por que ser contra?

Eu sei que, mais uma vez, vão pensar ou dizer que eu sou um ingênuo, um sonhador; mas é isso que eu sou e é isso que eu vou continuar sendo. Que a política partidária se restrinja aos gabinetes e às reuniões dos Partidos, e todos pegando de forma direta para solução dos problemas municipais, estaduais e nacionais.

O fato de o nosso novo Presidente afirmar que quer o diálogo e o trabalho de todos me deixa cheio de esperança de que nem tudo está perdido no mundo da política. E o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva pode ser o grande líder que este País precisa para caminhar em busca do seu grande destino - fato que já passou batido várias vezes na história social e política deste País.

Mas uma coisa me assustou nas últimas horas. Sabemos do poder paralelo que a Rede Globo de Televisão exerce no Brasil. Sabemos que a Rede Globo já elegeu e derrubou Presidente. Sabemos que a Rede Globo defende os interesses capitalistas deste País. E me deixa, sim, preocupado o Sr. Lula haver concedido suas duas primeiras entrevistas exclusivas para aquele segmento da comunicação brasileira, e o anúncio de que vai brincar com o Faustão domingo à tarde. Isso deixa-me pensar que ele pode estar se dobrando diante do poderio da Rede Globo, e isso, definitivamente, não é bom para quem chega com a disposição de dialogar e governar com todos.

Por mim, o cidadão Lula pode dar entrevista para quem ele quiser. Mas o Presidente do Brasil a mim pertence, pertence à Nação, pertence ao povo, não dando guinada para o lado daqueles que, ao longo de vinte anos, bateram - e bateram forte - no cidadão Lula e no seu Partido, que buscou, de forma guerreira, sim, atingir o seu objetivo de chegar ao poder.

Sem mágoas e sem rancores? Ah, bom, é isso que a Rede Globo quer. Mas não é isso que os demais segmentos da sociedade brasileira pensam. Sem mágoas e sem rancores, sim; mas com benefício aos seus algozes, definitivamente não! Eu quero um Presidente com personalidade. Não é a Globo que governa o Brasil. Ou é? Não é a Globo que vai trabalhar para decidir o que é melhor para o País, mas, sim, o nosso novo Presidente e todos os seus aliados. E esses aliados devem ser toda a sociedade brasileira, sem distinção de partido, de raça, de cor ou de grupos que se interessam em manter as coisas mais ou menos como estão, a fim de continuarem dando as cartas e jogando de mão.

Já disse e volto a afirmar: sou brasileiro, sou Lula! Mas, que o Lula que me desperta esta confiança e esta esperança não comece a se dobrar diante do poderio da mídia que se estabelece a partir da “vênus platinada”.

Trabalhar com Lula e pelo Brasil? “Tô a fim!” Trabalhar sob a batuta da Rede Globo? “Tô fora!” Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente dos trabalhos desta Câmara, Ver. Aldacir Oliboni, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores. Hoje vou-me ater a uma situação que remete, num primeiro olhar, ao bom senso, e que necessitará, provavelmente, de uma moção desta Casa em relação ao fato, para defendermos o interesse social, para defendermos lá, bem no fim da cadeia, o SUS, os doentes do SUS.

Existe, entre nós, nesta Cidade, uma grande instituição que, a despeito de ser privada, atende 60% do seu potencial pelo SUS. E ela faz dezoito mil e setecentas internações; faz cento e noventa mil consultas SUS/ano; faz um milhão e cem análises clínicas e exames pertinentes à saúde do porto-alegrense. Temos uma instituição que atende o SUS e que controla as urgências e as doenças da Zona Leste desta Cidade. Vocês estão curiosos para saber que instituição é essa? Vou dizer daqui a pouco. Essa instituição é, entre as primeiras duzentas instituições de pesquisa no País, a vigésima colocada dentro da sua valorização pelo CAPES, órgão que estuda com muita seriedade esse assunto. Considerando-se todas as instituições – públicas e privadas - é a vigésima. Se formos considerar só as instituições privadas, ela é a segunda no Brasil, a segunda instituição em pesquisa. Tanto que o Inmetro a credenciou para fazer aferições e medidas para as indústrias. Do Rio Grande do Sul? Não, do Brasil inteiro. Estou-me referindo, senhores, a esse grande complexo de ajuda social que é a PUC, - a Pontifícia Universidade Católica -, que também traz outra ajuda social, que são as milhares de bolsas que permitem que vários estudantes pobres desta Cidade – bolsas que vão até 50% - estudem na Universidade, façam um curso universitário. Isso tudo é possível, quando essa Instituição adota uma vila pobre de Porto Alegre, que é a Vila Nossa Senhora de Fátima, também na região Leste, e para lá leva tratamento odontológico sem restrições, leva atendimento médico sem limites, e leva muito mais, leva o ensino do Inglês e o ensino do Espanhol, as línguas importantes agora para o comércio. Isso tudo é possível porque essa Instituição, até bem pouco tempo, tinha o título de filantropia. E vocês sabem que a filosofia do Governo é acabar com a filantropia? Como se com esse dinheiro que recolhesse do INSS fosse fazer, Ver. Oliboni, fosse fazer, Ver. Mauro Zacher, um décimo do que a Instituição faz, como se o Governo fosse fazer se a filantropia acabasse. Não substitui, nunca, o que a PUC faz.

É preciso que se estude a filantropia errada. E esta tem endereço, e tem número! E o Governo tem motivo técnico para saber quais são! A PUC, não! A PUC, não! E por que tiram o título de filantropia da PUC, por quê? Porque a PUC cobra aluguel dos médicos que usam os consultórios da PUC para permanecerem em tempo geográfico dentro da Universidade! Por quê? Porque dá para os seus funcionários uma ajuda para que eles possam ter uma melhor aposentadoria e possam ter um plano de saúde diferenciado do SUS, quando o SUS se atrasa. E vocês sabem que eu tenho falado sempre que o SUS se atrasa muito. Não é o que a gente queria, mas é o que acontece. Vamos pedir uma moção para que o Ministro se atenha a esse fenômeno: se tirarem a filantropia da PUC, vão fechar as consultas, a Vila Nossa Senhora de Fátima vai ficar sem atendimento, porque eles não poderão fazer; a Vila vai ficar sem os exames, ou seja, vai-se instalar uma pequena confusão no controle social. E os Conselhos têm de nos ajudar nisto: a PUC precisa ser preservada na sua filantropia. Nós vamos, junto com o Ver. Mauro Zacher, com Ervino Besson e com outros Vereadores, nos encaminhar até Brasília para falarmos com o Ministro, que é nosso conterrâneo, e vamos falar também com o Ministro da Saúde, Barjas Negri: “Cuidado, não mexa na PUC! Não mexa no SUS!” Chega de mexer nos SUS! E essa verba que eles deixam de pagar no INSS, nós sabemos, todos vocês sabem que ela é muito bem aproveitada no social. Ah! O SUS é muito, muito bem atendido na PUC. Claro que às vezes demora a consulta. Talvez não seja por culpa deles.

Vamos fazer uma moção, vamos nos unir aqui, os Vereadores, para proteger a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, porque além de tratar o social como convém, ela é uma bela Instituição de pesquisa e é exemplar para esta terra brasilis. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, baixada a poeira eleitoral da campanha, abre-se um momento importante para reflexões sobre diferentes aspectos desse material democrático produzido, para que se façam análises e se comece, através das análises, a vislumbrar uma série de questões no panorama político-eleitoral do nosso País. No que se refere à motivação do voto, qual a análise que se faz sobre o que motivou o eleitorado a votar nesse ou naquele candidato, naquele partido? É uma análise importante a se proceder. E nós temos uma riqueza de dados a esse respeito. Tomemos, por exemplo, o Rio Grande do Sul. O que ocorreu no Rio Grande do Sul? Na minha opinião, salvo prova em contrário, no Rio Grande do Sul, julgou-se uma administração, um modo de administrar, um modo petista de governar. Estou falando no Rio Grande do Sul. Não sou daqueles que entendem, que pensam que se fez um movimento antipetista. Absolutamente não, porque os fatos demonstram o contrário. O Lula, que é do PT, ganhou as eleições no Rio Grande do Sul. As Bancadas, tanto estadual quanto federal, do Partido dos Trabalhadores tiveram um excelente desempenho: elegeram um Senador. Fica claro e insofismável que o povo está trabalhando muito em cima de resultados; plebiscitou a administração atual do Governo do PT no Rio Grande do Sul, fez um plebiscito. Foi importante a participação do PMDB, dos seus aliados; o esforço do futuro Governador Germano Rigotto é inquestionável, ele acreditou, se empenhou. Mas a grande motivação, a motivação fundamental, na minha opinião, do voto, foi exatamente que o povo respondeu ao questionário que o Governo propôs: “Estão satisfeitos ou não com a nossa Administração?” O povo disse, inquestionavelmente: “Não, não estamos satisfeitos.”

É preciso também que se examine, agora, o quadro nacional. O meu tempo, evidentemente, não vai permitir que eu faça uma análise, mas eu voltarei ao assunto, porque carece também de uma análise o quadro nacional, que tem também as motivações apontadas aqui, mas também tem outros elementos, que são dignos de uma análise. De qualquer forma, foi um show de democracia em nosso País. Temos que cumprimentar a Justiça Eleitoral, tanto em nível federal, quanto em nível estadual. No mesmo dia, pelo processo de informatização, nós tínhamos já os resultados, com absoluta segurança em nível regional e nacional. Temos know-how do processo eleitoral, da apuração eleitoral, para exportar para o mundo! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem pela TV Câmara, também nas galerias, eu queria saudar todos. No dia de ontem, fiz uma denúncia a respeito do roubo que houve no Instituto Santa Luzia, e vou dar seguimento a minha denúncia. O Ver. Nedel, no seu pronunciamento, falou sobre o arrombamento que houve na capela Nossa Senhora de Fátima. Aqui há roubo em igrejas, colégios, em residências, ou seja, nada se salva hoje devido à insegurança em que vivemos.

Na Escola Estadual Luiz Gama, em Belém Velho, junto ao Rincão, a qual está junto à igreja, no Rincão, foi arrombada por três elementos; um deles a Polícia prendeu, sendo que os outros, por vingança, retornaram e incendiaram a Escola. Aquele prédio onde funcionava a Escola, a catequese e onde se guardava o material da igreja não existe mais, porque foi destruído pelo incêndio ocasionado pelos marginais.

Ainda tem gente que defende que essas pessoas têm de ser tratadas como cidadãos. Este é o mundo em que vivemos hoje.

Não só o Diário Gaúcho, mas praticamente todos os jornais noticiaram também o assassinato que houve no táxi-lotação do José Fernandes Pacheco, meu amigo. O elemento que alguém defende que seja tratado como cidadão covardemente matou o Sr. José, e ele se apresentou, mas pasmem, Sr. Presidente e Srs. Vereadores: “O apresentado confessou o crime e vai responder processo em liberdade.” Aqui temos outra notícia. “O policial militar Luiz Albano dos Santos, largou o seu trabalho e foi no cabeleireiro na Rua Riachuelo, e também foi assassinado.” Pasmem. “O assaltante estava em liberdade provisória, apesar de ter vários antecedentes criminais, inclusive tendo cometido dois homicídios. Na Delegacia, os policiais lamentavam que, muitas vezes, assassinos desse porte acabam voltando às ruas.” É revoltante. Eu pergunto: Esse bandido que assassinou o Sr. José está em liberdade. Será que ele vai ter que matar mais uma, duas ou três pessoas para ser preso?

Agora, vejam V. Ex.ªs o valor que tem uma vida humana: se a polícia prender como tem prendido várias pessoas que matam algum animal proibido por lei, com o que nós concordamos, ele é preso em flagrante, além disso, ele paga uma multa pesada. É uma pergunta que eu faço a esta Casa para as pessoas que nos assistem pela TV Câmara: A vida humana tem menos valor do que um animal? Tem menos valor do que um animal. Porque o elemento que abate uma caça proibida e é preso em flagrante, além de ser preso, tem uma pesada multa; agora, o ser humano mata, vai lá, confessa o crime e é solto para matar mais um, ou mais dois ou três. A prova está aqui. É clara. O elemento com dois homicídios está solto, matou mais um policial. A família está aí enfrentando as maiores dificuldades, Sr. Presidente, como este meu amigo que foi assassinado covardemente, covardemente trabalhando para o sustento de sua família. Foi assassinado. E o elemento está solto aí para matar mais um. Que Brasil é este, que um animal tem mais valor do que um ser humano? Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)

 

6ª SESSÃO

 

PROC. 3005/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 062/02, que estima a Receita e fixa a Despesa da Administração Direta do Município para o exercício econômico-financeiro de 2003. Com Emendas n.os 01 a 13.     

 

PROC. 3006/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 063/02, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana para o exercício econômico-financeiro de 2003.

 

PROC. 3007/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 064/02, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Água e Esgotos para o exercício econômico-financeiro de 2003. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 3008/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 065/02, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Habitação para o exercício econômico-financeiro de 2003. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 3009/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 066/02, que estima a Receita e fixa a Despesa da Fundação de Assistência Social e Cidadania - FASC - para o exercício econômico-financeiro de 2003. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 3018/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 067/02, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2003.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Vereadores, chegamos hoje, ao sexto dia de discussão da Pauta Especial, que contempla todos os orçamentos da Prefeitura, e nós chegamos a algumas conclusões antes de tudo. Nós, todos, temos que aprender um pouco mais sobre Lei de Diretrizes Orçamentárias; nós, todos, temos de saber acompanhar a execução orçamentária para depois vir a esta tribuna e dar a nossa contribuição para que o grande momento dos Vereadores, que é a análise do Orçamento para o ano seguinte, seja realmente frutífero. Temos as várias propostas: DMAE, DEMHAB, Departamento de Limpeza, FASC, Previdência e a Administração Centralizada. Já escolhemos, na Comissão de Finanças, o relator-geral de todos os Orçamentos, que vai ser o Ver. João Carlos Nedel. Foi sorteio, mas temos algumas dificuldades. Deveríamos ter encerrado as discussões especiais da proposta Orçamentária no dia 24, e não o fizemos, estamos encerrando hoje, dia 31. Mas tudo tem prazo, então, a Diretoria Legislativa elaborou um cronograma de todos os acontecimentos, e nós estamos com uma semana de atraso e o Orçamento tem data marcada para ser entregue dia 30 de novembro, aprovado, rejeitado ou emendado. Mas o relator vai ter um trabalho muito grande. Então, ouso fazer um apelo, pensem bem nas Emendas que pretendem fazer e se restrinjam àquelas extremamente necessárias e indispensáveis e que tenham realmente condições técnicas de serem apresentadas, para que depois não tenhamos confusões com o relator e depois fazermos no Plenário novas reapresentações, pedirmos destaques e não vamos votar uma proposta em condições como temos condições e capacidade para isso.

Como eu disse, temos que aprender muito. O Município pretende investir no próximo ano 86 milhões de reais em obras, para um Orçamento que cresce 4,5%. É verdade que é uma ficção, não são verdadeiros esses 4,5%, vai crescer muito mais do que isso, até porque eu disse que tem de acompanhar a execução orçamentária, e vamos logo saber que não é isso que vai acontecer.

Nós temos de saber acompanhar, nós temos de saber o que acontece, por que acontece, como e quando acontece. E isso se faz com atenção e com cuidado, não tendo medo de perguntar, não tendo vergonha de perguntar, não tendo preocupação em fazer um pedido de informação, que também deve ser bem feito.

Mas a Prefeitura pretende, para o ano que vem, 86 milhões de reais. Quando o Orçamento aumenta, o valor das obras diminui e os empréstimos com o FONPLATA, BID, Pimes, BNDS, todos eles aumentam. Nós temos uma Proposta Orçamentária para o DEMHAB, e aqui o Dr. Pestana falava da brilhatura do DEMHAB, 75 milhões de reais em números redondos, cinco do DEMHAB, receitas próprias, 70 transferidos da Administração Centralizada, que também são empréstimos na maioria. Claro que o pagamento de pessoal que a Prefeitura faz para o DEMHAB não é empréstimo.

Então Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é bom acompanhar a execução Orçamentária e eu estou colocando à disposição dos meus pares, e gostaria de fazer especialmente para o Ver. Juarez, uma cópia da execução Orçamentária até setembro deste ano, quando se verifica que, em todos os valores previstos, se arrecadou acima das previsões. O que nos leva a crer, para satisfação nossa, que a coisa vai bem na Prefeitura, e que nós não precisamos ficar preocupados. A Prefeitura continua com muito dinheiro, está aqui a execução Orçamentária até setembro, que são os dados que o Diário Oficial nos fornece, e foram fornecidos dia 25, relativos ao mês de setembro. Aqui estão os demonstrativos de valores depositados e disponibilidade de caixa da Prefeitura, assinados pelo Secretário da Fazenda e pelo Prefeito, que mostram o desenvolvimento de todo um ano, e aqui também está um comparativo do Orçamento de 2002 e 2003, que fica à disposição de todos os Vereadores que desejarem uma cópia, mas especialmente ao meu amigo Ver. Juarez Pinheiro, para não dizer que, de repente, em setembro, outubro, novembro, dezembro a receita da Prefeitura decresce. É só olhar aqui, que não é o que acontece. A receita cresce, e a Prefeitura vai poder colocar mais dinheiro em CDBs, e vai receber do Governo Federal dinheiro todos os dias para a assistência social, que não é feita na Cidade à altura das possibilidades da Prefeitura. Por isso que eu disse: vamos estudar melhor o Orçamento, vamos estudar muito melhor a Lei de Diretrizes Orçamentárias e depois acompanhar com tranqüilidade, com seriedade e responsabilidade a execução orçamentária, para saber o que está acontecendo com o dinheiro do povo de Porto Alegre, porque a Prefeitura até quer cobrar mais impostos a todo o momento. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, a Nação assiste a um dos momentos mais importantes da sua vida institucional quando elege mais de duas dezenas de Governadores, mais de quinhentos Deputados Federais, mais de um milhar de Deputados Estaduais, Governadores e um Presidente da República, num clima que revelou uma grande festa democrática. É algo positivo que revela, sobretudo, a maturidade de um processo de fortalecimento das instituições políticas que constroem e embasam a democracia em nosso País. Bom momento!

Ao lado disso, as tradicionais explicações. O que chama atenção no plano nacional, em primeiro lugar, nesse clima de transição, é que em alguns momentos parece que o candidato vitorioso não o foi em cima de uma contestação e de oposição ao Governo Fernando Henrique Cardoso. Sinto, neste momento que é festa, de euforia, que, no primeiro ano, o Governo Luiz Inácio Lula da Silva dará continuidade - vejam V. Ex.ªs - à política do Governo Fernando Henrique Cardoso. Isso me surpreende, porque para um Governo que veio para realizar profundas reformas sociais e econômicas na vida nacional, a manutenção deste salário mínimo que ofende a consciência dos trabalhadores e aposentados desta Nação é um desrespeito a esses milhares de trabalhadores que confiaram o voto ao Sr. Luiz Inácio Lula da Silva para mudar esta situação que aí está. Mas parece que o que se sente prevalecer é a continuidade da política. Certamente, me dirão os especialistas, que é para manter a estabilidade da Nação em relação ao conjunto de seus credores internacionais e para que o capital alienígena que aqui se estabeleceu não se vá e gere uma crise de profundas repercussões econômicas e com conseqüências na vida institucional e política do País. Esta é a tradicional explicação. Aliás, para tudo se tem explicação, até para continuar o Governo Fernando Henrique Cardoso! Até para dar continuidade à política econômica do Sr. Fernando Henrique Cardoso já se tem as mais diversas explicações. Explicação tem para tudo.

Em primeiro lugar, o seguinte: não se pode diminuir a receita. É a primeira manifestação da equipe econômica do candidato vitorioso Luiz Inácio Lula da Silva de reduzir a receita. E para não reduzir a receita, tem de se fazer o seguinte: as regras do Imposto de Renda permanecem as mesmas para os assalariados. Mudam-se as caras, mas a política continua a mesma. Vejam V. Ex.ªs, mudam-se as figuras, mas, num determinado estágio, as grandes bandeiras são deixadas, pelo menos em curto prazo – e aí, sim, espero – ao lado e de lado.

Sobre a Contribuição Provisória, a CPMF, essa do 0,38%, que massacra os assalariados, porque qualquer trabalhador que recebe o seu dinheiro, o seu salário em crédito de conta corrente, paga a taxa mais alta para receber o seu salário. Ele já tem uma mordida de 0,38% sobre o seu salário, para começar. Não estou falando de Imposto de Renda, não estou falando da Previdência Social, nada disso. E para nossa tristeza as coisas permanecerão iguais.

Aliás, para dar explicação para tudo se tem espaço e a palavra aceita tudo, e com um pouco de inteligência e arte se explicam até as derrotas. Aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, o candidato derrotado, Sr. Tarso Genro, justificou a sua derrota por um antipetismo que tomou conta do Rio Grande do Sul. Ora, pergunto: que antipetismo é esse que fez com que os eleitores aumentassem a Bancada de Deputados Estaduais do Partidos dos Trabalhadores? Que antipetismo é esse em que dos dois Senadores eleitos um é do PT? Que antipetismo do Rio Grande é esse que sufragou nas urnas Luiz Inácio Lula da Silva? Ora! O que houve foi a rejeição ao candidato ao Governo do Estado, Tarso Genro, porque ele, de um lado não cumpriu a sua palavra, quando assumiu e declarou peremptoriamente que seria Prefeito de Porto Alegre por quatro anos; e de outro lado se contestou o modelo do patrolismo, da arrogância, da soberba que presidiu por quatro anos o Rio Grande do Sul. É isso que foi contestado, não é antipetismo e nem qualquer outra coisa que se estabeleceu. Mas como o papel e a palavra aceitam tudo, as explicações foram dadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, é bom que nós estejamos ainda na discussão do Orçamento. É pena que seja o último dia, Ver. Isaac Ainhorn, porque até agora há mais quatro inscrições, talvez alguém vá comprar o desafio que eu fiz em seis Sessões seguidas, aliás, em cinco, porque hoje o faço pela sexta vez: que discutamos a tributação, a receita. Qual o Governo responsável que chega a uma instituição, seja ela em nível municipal, estadual ou federal, e que aceita diminuir receitas? Como se dinheiro público estivesse sobrando. O que está faltando é dinheiro no caixa. O que está faltando é dinheiro para gastar em obras públicas, para o combate à fome e à miséria, porque há sonegação. Talvez devêssemos, e vamos, sem dúvida, no próximo período, rediscutir as alíquotas. Mas eu quero V. Ex.ª, Ver. Isaac Ainhorn, do nosso lado no combate à sonegação.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se V. Ex.ª está-me convocando terá esse apoio. Agora, lembro a V. Ex.ª as manifestações permanentes na tribuna desta Casa do decano dos Vereadores, João Dib, que diz que o dinheiro na cidade de Porto Alegre é superavitário e o dinheiro, ao invés de ser aplicado em obras sociais, está aí guardado e aplicado no sistema financeiro nacional e comprando certificados de depósitos bancários.

 

O SR. ADELI SELL: Vamos aos fatos. Hoje, por exemplo, com a chuva, eu fui à região do bairro São Geraldo, que esta Câmara, unanimemente, aprovou para o Orçamento deste ano recursos para obras de microdrenagem. Lá estão as obras, ainda muito insuficientes, mas aquilo que acordamos aqui, e graças à poupança da Prefeitura, estamos cumprindo regiamente os contratos. Agora, pergunto: nas outras esferas governamentais, outros Governos locais, estaduais, inclusive o Governo Federal, como estão os pagamentos daqueles que fazem as obras públicas? Respondam, por favor! Falta, sim, a microdrenagem da Rua Buarque de Macedo. Vamos batalhar para a liberação, porque os projetos estão feitos. Falta, como diz o Ver. João Dib, a macrodrenagem da Rua Álvaro Chaves. Mas, não somos nós os responsáveis por ter feito uma obra, que parte dela foi feita há vinte anos, só que as conexões não foram feitas e a parte superior, que é a mais difícil, trabalhosa e mais cara, que custará 20 milhões de reais, não foi feita em vinte anos. Nós faremos esta obra e vamos mostrar para Porto Alegre a grandeza e o valor da nossa Administração.

Vamos discutir o Orçamento sob o ponto de vista da receita. Não tenho visto o combate à sonegação. Quando falei sobre a questão da sonegação, do contrabando e pirataria, houve, inclusive, objeções: “Cuidado, Vereador, os problemas sociais!” Ora, eu sou de uma velha estirpe de militantes de esquerda. Quero lembrar ao Ver. Isaac que sou da Libelu - Liberdade e Luta -, tendência estudantil, da qual o Palocci e o Gushiken faziam parte, e nós lutamos e estamos juntos com Lula por nossa trajetória de combatividade. Eu quero ver o combate às ilegalidades.

Sr.ªs e Srs. Vereadores, vamos mostrar que é possível, com um Orçamento escasso, com um Orçamento que sabemos ser insuficiente, fazer as obras que nós temos compromisso de fazer.

Volto à questão da tributação. Vamos fazer este debate. O Ver. Estilac Xavier, o Ver. Paulo Brum e o Ver. Fernando Záchia serão Deputados Estaduais no ano que vem. Lá na Assembléia Legislativa, como aqui na Câmara Municipal, o debate será sobre a matriz tributária. Ou é justo ou não é justo mudarmos os tributos. Por exemplo, discutimos aqui a questão da tributação acerca das empresas de TI (Tecnologia da Informação), a área da informática. Queremos voltar a este debate, porque queremos que as empresas que efetivamente estão em Porto Alegre tenham o registro em Porto Alegre.

Quando, em 1999, aprovamos uma lei, que fez a equanimização do ISSQN dos meios de hospedagem, dos locais que prestam serviços de hotelaria, nós aumentamos, significativamente, a arrecadação. Mas, eles acharam outro subterfúgio, agora para lograr o Governo Federal, e, mesmo com a normativa da EMBRATUR, eles se registram como sociedades em conta de participação, quando deveriam ser sociedades limitadas ou sociedades anônimas.

Nós vamos legislar sobre isso em nível local e em nível federal, porque nós queremos igualdade. Nós não vamos mais aceitar que alguns paguem os tributos, enquanto outros sonegam.

Aqui nesta Câmara, sistematicamente, sou uma voz isolada, uma voz isoladíssima para discutir arrecadação, porque todos querem gastar. Muito bem, gastemos no combate à inundação; gastemos em fazer creches; gastemos com as crianças e adolescentes que cheiram “loló” nas ruas, mas para que tenhamos dinheiro para fazer tudo isso, não podemos ser coniventes com ilegalidades. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Reginaldo Pujol, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, chamo a atenção para um dos anexos do Orçamento que ora discutimos, o que trata do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O objetivo desse Fundo é prover o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de recursos financeiros para o pleno atendimento das demandas oriundas das entidades cadastradas no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e que atuam na área de assistência à criança e ao adolescente. A meta desse Fundo é atender a totalidade dos projetos apresentados no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente. Eu acho que é importante discutirmos essa questão desse Fundo, um dos Fundos que existem em Porto Alegre.

O Conselho Municipal da Criança e do Adolescente é quem gerencia o Fundo Municipal, o FUNCRIANÇA, e esse Conselho é formado por quatorze entidades da sociedade civil - entidades que atuam com a criança e o adolescente - e sete representantes do Executivo Municipal e da Câmara Vereadores, que também têm atuação no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.

Esse Fundo tem o objetivo de atender demandas específicas, expressas pelas entidades cadastradas no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, que hoje são em torno de quatrocentas entidades, expressas essas necessidades na forma de projetos. Então, todo o dinheiro do Fundo é disponibilizado às entidades que se habilitarem por meio de projetos. Há um edital que disponibiliza verbas a partir de critérios construídos pelo Conselho da Criança e do Adolescente, e as entidades se habilitam a essas verbas por meio de projetos, que são aprovados pelo Conselho da Criança.

Esses projetos são diferentes da manutenção cotidiana da creche comunitária, da instituição que atende o portador de deficiência, dos abrigos conveniados, das instituições que atendem a criança no horário extraclasse. Quer dizer, não é manutenção cotidiana, são projetos que, normalmente, vêm atender situações emergenciais ou pontuais, como é uma reforma, como é a compra de determinado equipamento, como é o pagamento de honorários para oficinas ou para atividades afins ao trabalho realizado.

Está previsto no Orçamento um depósito da Prefeitura no Fundo Municipal da Criança e do Adolescente de 1 milhão, 206 mil, 597 reais. Esse valor é um valor pequeno, se considerarmos o conjunto das demandas, das necessidades dessas entidades, que fazem um trabalho todo voltado para a classe popular, para a população carente, que não tem condições de pagar a entidade no tamanho do custo que é o atendimento da criança. É um trabalho que envolve muito voluntariado e muita mobilização de cada uma das entidades para suprir a verba necessária para manter o atendimento das crianças.

Esse valor não é um valor suficiente, mas se considerarmos o que Governo Municipal aporta de recursos sistemáticos para essas mesmas entidades, vamos ver que é muito significativa a parceria que o Governo Municipal tem com a sociedade civil, que atua com as crianças e adolescentes. E aí quero demonstrar que em outras Secretarias aparecem recursos que vão para essas mesmas entidades. O convênio creches comunitárias, que está na Educação, tem previstos 7 milhões, 659 mil reais de repasse às entidades que atendem crianças de zero a seis anos; 7 milhões e meio de reais. Ainda há a previsão de 63 mil reais para entidades que atendem ao trabalho educativo, que é o trabalho para jovens, adolescentes, que, na verdade, não é um trabalho, é educação para o trabalho, são oficinas que aproximam o jovem do mundo do trabalho, mas que se preocupam, centralmente, com a sua educação. E ainda 544 mil reais que são destinados aos convênios de trabalho extraclasse, de atendimento aos alunos, às crianças, em um outro turno da escola, e aí está previsto tanto o trabalho educativo quanto o SASI, na FASC – Fundação de Assistência Social.

Então, o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente recebe esse aporte da Prefeitura, mas a Prefeitura tem uma série de outros convênios que mantêm sistematicamente esse conjunto de entidades.

Mas o que eu quero destacar em relação ao Fundo é a sua potencialidade, em termos da captação de recursos, que ainda é subestimada. Nós, aqui na Câmara, os Vereadores lembram bem, aprovamos um Projeto que eu propus - e que tenho muito orgulho de ver que a Câmara assumiu -, que tem concedido um selo às entidades, às instituições, às pessoas e às empresas que depositam exatamente nesse FUNCRIANÇA. E nós obtivemos, no primeiro semestre deste ano, um pouco mais do que 200 mil reais. Vejam, metade de um ano e o Fundo captou apenas 200 e poucos mil reais. Isso significa que está muito despotencializada, ainda, a capacidade de captação do Fundo. Esse instrumento FUNCRIANÇA, que é um instrumento fundamental para a manutenção e fortalecimento dessa rede de atendimento às crianças, ainda está muito frágil, por parte da sociedade. Então, o esforço que nós estamos fazendo, enquanto Câmara de Vereadores, para conceder o selo, para distinguir as empresas que estão depositando no FUNCRIANÇA, para tornar o Fundo conhecido, para popularizá-lo, para, num esforço, divulgar essa possibilidade de desconto do Imposto Renda, é um movimento importante.

Mas eu quero destacar outros parceiros do FUNCRIANÇA. A atuação do BANRISUL este ano foi exemplar. O BANRISUL assumiu a campanha “Deposite no FUNCRIANÇA”. Todas as suas agências estão estimulando seus clientes a depositarem no FUNCRIANÇA, a descontarem do Imposto de Renda, mas, mais do que isso, a parceria do BANRISUL com a dupla Grêmio e Internacional já rendeu fundos para o FUNCRIANÇA.

Ontem, participamos da festa das entidades que atendem a criança e o adolescente aqui no Parque Harmonia e pudemos assistir à entrega, pelo BANRISUL, de 112 mil reais. Vejam que foi a metade do que foi captado durante o primeiro semestre por todas as pessoas que depositaram no FUNCRIANÇA. O BANRISUL depositou no FUNCRIANÇA o que foi renda do Gre-Nal que aconteceu sábado antes das eleições. Quer dizer, o BANRISUL, nesse convênio com o Grêmio e com o Internacional, teve um número “x” de ingressos do Gre-Nal e destinou essa verba oriunda do Gre-Nal para o FUNCRIANÇA.

Eu quero destacar aqui a atuação do BANRISUL como exemplar para a Cidade pela potencialidade que a Cidade tem em financiar as ações, melhorar as ações em relação à criança e ao adolescente, se houver mobilização, estímulo e valorização desse instrumento, da possibilidade de a sociedade contribuir com ele.

O Governo faz a sua parte. O Orçamento das Prefeituras é um orçamento muito pequeno em relação à distribuição que a União recebe e que o Estado recebe, apenas 13%. Mas temos um importante instrumento, que é esse FUNCRIANÇA. E mais, o FUNCRIANÇA tem a transparência necessária. Às vezes as empresas querem fazer um depósito mas não têm confiança. O CMDCA faz, na forma de edital, essa destinação de verbas. Há um controle da sociedade sobre o uso dessa verba que é depositada no FUNCRIANÇA. Há uma prestação de contas.

E agora há um reconhecimento da Câmara de Vereadores, agregando valor social a essas entidades através do selo-compromisso com a criança e o adolescente.

Acredito que temos um bom caminho a traçar. Quanto ao potencial de arrecadação do FUNCRIANÇA em Porto Alegre, já há estudos nos dizendo que seriam 6 milhões de reais que as pessoas poderiam depositar da parte do seu imposto de renda devido; as pessoas, as empresas. Temos uma caminhada muito grande.

Fica aqui a provocação para o conjunto dos Vereadores e para a Câmara de produzirmos ações que estimulem a Cidade a depositar no FUNCRIANÇA. Só terão a ganhar as nossas crianças.

Ouço, em muitas falas, aqui, que ainda não se resolveu o problema das crianças. Muito pior seria se nós não tivéssemos essa grande rede de ação, lá na ponta, com as crianças e que faz um trabalho preventivo vigoroso. Então, FUNCRIANÇA é um instrumento que temos que comemorar no Projeto de Orçamento que vamos aprovar.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de cumprimentar a Ver.ª Sofia Cavedon pelo seu trabalho de incentivar a comunidade a contribuir para o FUNCRIANÇA. Vejam, é um incentivo que o Governo Federal dá através da dedução do Imposto de Renda, ou seja, não há despesa nenhuma sobre o Imposto de Renda a pagar; contribui para a criança carente, para a criança de rua, e abate do seu imposto, deixa de pagar o imposto e investe diretamente na criança, investe diretamente no futuro do nosso País. É muito importante, é fundamental para o benefício da sociedade.

Já que estamos falando em FUNCRIANÇA, eu gostaria de também falar do Fundo de Assistência Social. Nesse Fundo, Ver.ª Sofia Cavedon e Ver. Pedro Américo Leal, que me ouvem atentamente, eu apresentei um Projeto que já está na Ordem do Dia, que permite abater um percentual do IPTU e do ISSQN para aplicação no Fundo de Assistência Social, aquele programa de combate à fome pelo qual a Igreja Católica, a CNBB, a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre, através das suas diaconias, está fazendo o maior esforço. Esse programa vai ser beneficiado pelo meu Projeto: deduz do imposto a pagar - claro, dentro de um limite - um percentual e contribui para as entidades fazerem a sua assistência social, a sua filantropia tão importante nos dias de hoje em que as pessoas estão desempregadas, estão sem saúde e as crianças também estão abandonadas. Eu tenho certeza de que esse Projeto beneficiará a sociedade.

Professora e Ver.ª Sofia Cavedon, eu tenho uma retificação a fazer, porque ontem falei aqui que o Orçamento de investimento da SMED era um, e eu falei equivocadamente. Efetivamente, no Orçamento consta para obras e instalações 6 milhões, 926 mil reais. Eu espero, Ver.ª Sofia Cavedon e Vereadores, que essa verba também seja suficiente e também seja destinada, Ver. Pedro Américo Leal, para completar a obra do Colégio Judite Araújo, lá no Morro da Cruz, a qual está há quase dois anos paralisada, e as crianças tendo aula em barracão sem nenhuma comodidade, recebendo chuva, sem espaço. É realmente uma tristeza, e essa obra monumental, importante, está paralisada. Tenho certeza de que essa verba deverá ser aplicada para a conclusão, finalmente, dessa obra conquistada no Orçamento Participativo, Ver. Pedro Américo Leal, em 1999, e depois confirmada no Orçamento de 2002, e paralisada por problemas de empresas, por problemas legais de licitação. Mas está parada.

 

A Sra. Sofia Cavedon: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, muito obrigado pelo aparte porque, como tu me avisaste que ias levantar o tema da Escola Judite, conversei com o Secretário de Obras, Guilherme Barbosa, e ele me informou que foi necessário fazer uma nova licitação. A empresa quebrou, nós tivemos que fazer todo um procedimento para anular a licitação anterior e fizeram nova licitação. O projeto sofreu modificações. Por sugestão da Escola, vai ter lá uma plataforma em cima da escola, onde vai ser possível se colocar tipo um planetário para visualizar as estrelas. Tem toda uma proposta diferente, da própria comunidade, que vai ganhar a obra. Mas, realmente, nós tivemos problema com a empresa e isso já está sendo encaminhado, a licitação deve fechar agora nos próximos dias. Mas eu queria apenas ressaltar, Ver. Nedel - eu não sei se o Senhor visitou a Escola - que não são barracões. É uma escola de madeira, que foi construída junto a outro colégio, o Morro da Cruz, as crianças estão bem abrigadas. Muito obrigada, Vereador.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Lá em São Luiz Gonzaga se chama barracão. Mas tudo bem, deve ser outra coisa. Mas tudo bem, não há problema. É que na minha terra as coisas são mais objetivas.

Eu gostaria de falar num assunto que está-me preocupando, que é o Funturismo. Nós aprovamos aqui, Ver. Sebastião Melo, uma Lei que cria o Fundo de Turismo e esta Lei, Vereador - V. Ex.ª que é advogado, importante para esta Casa -, exige que esse Fundo seja administrado por uma junta, e essa junta tem de ser nomeada e aprovada; o Conselho de Turismo tem que ser formalizado, e, há dois anos, não é formalizado o Conselho. A junta, por não ter Conselho, não pode funcionar. E estão colocando verba, um milhão e pouco de verba para nada, porque não pode ser movimentado, só pode ser movimentado depois de aprovados os projetos turísticos pelo Conselho de Turismo, e administrado por essa Junta. Onde é que estão botando esse dinheiro? Estou preocupado, e muito, porque não pode funcionar. Vou fazer um pedido de informações. Se está funcionando, é uma elevada irregularidade - e isso nós temos que cuidar.

Também eu estou examinando o Orçamento da Fundação de Assistência Social e Cidadania - a FASC. E aqui estou vendo pouca verba para abrigagem.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero saudá-lo porque vejo em V. Ex.ª um contínuo e incansável vasculhador desta Cidade, sempre procurando trabalho, sempre procurando indagar onde está o problema. E eu quero destacar isso, como seu colega.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado, Vereador.

Eu estava falando sobre a FASC. O Prefeito que se retirou da Prefeitura prometeu retirar as crianças da rua. Ver. Haroldo de Souza, essa é a sua incansável batalha. E nós, lamentavelmente, não aprovamos a sua Emenda, no ano passado, que colocava verbas para abrigos, para casas-lar. Não aprovamos, e o Prefeito gastou aquele valor da sua verba, que o senhor queria dar para as crianças, ele gastou em publicidade, dizendo que Porto Alegre era a Capital da inclusão social.

E aqui eu vejo no Orçamento - -e já concluo, Sr. Presidente -, que tem pouca verba para as casas-lar, para abrigos, principalmente de crianças. Já houve uma melhoria, porque a abrigagem em meio aberto já melhorou, já tem verbas; faltam as crianças. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Pela ordem de inscrição, o Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta Especial. Ausente.

Apregoamos a Emenda n.º 15 ao PLE n.º 062/02, que cria projeto na Secretaria Municipal de Desportos, Recreação e Lazer. Projeto de recuperação de campos de futebol de várzea, prevendo 200 mil reais para essa finalidade, retirando-se valores do Gabinete do Sr. Prefeito, da manutenção do Gabinete de Imprensa e outras despesas correntes.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente dos trabalhos Ver. Reginaldo Pujol, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, também as pessoas que nos assistem pela TV Câmara, queria saudar todos.

Com relação à proposta orçamentária de 2003, estamos com muitas dúvidas, que deverão ser discutidas amplamente, para que ela fique bem clara para os Srs. Vereadores e para a cidade de Porto Alegre. Algumas dúvidas deste Vereador: a página 220 do Orçamento fala em “Recuperação de obras de arte - 1 bilhão, 666 mil reais”. Eu já entrei com algumas emendas para retirar um pouco desses recursos e colocá-los em outros setores, o que será discutido com os demais Vereadores e Vereadoras na votação da proposta orçamentária de 2003.

 

O Sr. Marcelo Danéris: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É que esse termo “obras de arte” é um termo técnico da engenharia. O Ver. Dib pode explicar com mais detalhes. Esse termo significa a melhoria em viadutos, em outras estruturas da Cidade. Não são obras de arte no sentido clássico da palavra, que significa a recuperação das obras de arte feitas, monumentos e tal. É recuperação das obras de arte como viadutos, passarelas; isso são as obras de arte no sentido técnico da palavra na Engenharia.

 

O SR. ERVINO BESSON: Por isso eu ainda vou bater nesta tecla. Creio que o Orçamento, a proposta orçamentária deve ser um pouco mais clara. As propostas deveriam ser mais esclarecedoras para que a Casa, como um todo, enfim, as assessorias, para que a própria comunidade consiga entender para onde vão os recursos.

Depois nós temos, na folha 240: “Manutenção e desenvolvimento do ensino infantil – OP...” - deve ser Orçamento Participativo – “...500 reais.” Se é isso que eu penso, talvez muitos dos nobres colegas desta Casa também pensem dessa forma: 500 reais é muito pouco, é muito pouco para a manutenção do ensino infantil das nossas crianças. Quinhentos reais é praticamente nada! Essa é uma discussão que também temos que fazer para que nós possamos nos aprofundar de uma forma que esse Orçamento venha ao encontro daquilo que nós esperamos e a Cidade espera dos seus legítimos representantes, que somos nós - Vereadores e Vereadoras desta Cidade.

Mais uma dúvida: página 288 - “Assistente hospitalar e ambulatorial - 100 reais.” Cem reais?

Mais abaixo um pouco: “Habilitar novos serviços, Zona Sul, extremo Sul de Porto Alegre - 100 reais.” É muito pouco dinheiro para tamanha responsabilidade, o valor de 100 reais. Portanto, nós temos, sim - mais uma vez eu alerto esta Casa –, de ver esse Orçamento com bastante responsabilidade para que nós possamos, sim, retirar recursos de alguns setores, que, no nosso entender, têm demais, e outros, praticamente nada. O que se faz com 100 reais? “Assistência hospitalar e ambulatorial – 100 reais”, como eu já disse, e “habilitar novos serviços, Zona Sul, extremo Sul de Porto Alegre – 100 reais”.

 Fica aqui essa dúvida. Como já disse, vamos, no desenrolar das discussões e da votação, clarear essas dúvidas. Eu tenho certeza de que os Vereadores têm outras dúvidas sobre essa proposta orçamentária.

Tenho mais uma dúvida, sobre o que está na página 229. O Ver. Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, colocou o termo técnico, mas creio que tem que estar mais claro para que possamos acompanhar a discussão e votar de uma forma clara e tranqüila. Leio: “Construção e pavimentação de vias urbanas.” É muito genérico, onde serão construídas essas vias? Há um projeto no Plano Diretor? Construção de vias urbanas, pavimentação de vias urbanas? Está confuso isso aí, é mais uma dúvida que vamos ter que clarear.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, obrigado pelo aparte. V. Ex.ª toca numa questão crucial, que é a transparência. V. Ex.ª sabe da posição deste Vereador, que tem perdido sistematicamente nesta Casa. Sabe por que isso acontece? Porque a Câmara autoriza isso. A Câmara deveria, na LDO e no Orçamento, dizer que o Plano de Obras deveria acompanhar o Orçamento, para que o acompanhamento da execução orçamentária fosse transparente, para que a senha fosse disponibilizada aos Srs. Vereadores. Então, a Câmara também, lamentavelmente, tem responsabilidade, porque, na hora de fazer as leis maiores, que introduzem o Orçamento, ela permite esse tipo de questão. Eles têm um discurso de transparência e têm uma pratica que é de esconder investimentos, CDBs, enfim, todas essas questões. Mas nós temos que fazer uma profunda reflexão sobre isso, Vereador.

 

O SR. ERVINO BESSON: Eu agradeço a V. Ex.ª. Como este Vereador, V. Ex.ª tem lutado muito. Nós somos testemunhas de que V. Ex.ª tem lutado muito nesta Casa, com os seus pronunciamentos no sentido de que as propostas sejam mais claras, para que possamos entender de uma forma mais tranqüila e aberta.

É claro que a Prefeitura e os órgãos públicos dependem de orçamento. Como sugestão, digo que a Prefeitura tem como aumentar o Orçamento da cidade de Porto Alegre. Nós temos em Porto Alegre mais de cem mil imóveis que não são regularizados, dos quais a Prefeitura não recolhe um tostão de IPTU. Temos de regulamentar esses mais de cem mil imóveis para que a Prefeitura possa ter uma maior arrecadação.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho importante esse assunto que V. Ex.ª está abordando, da regularização de imóveis que, por sua natureza irregular, não estão cadastrados e que acabam sendo beneficiados por uma exclusão tributária. Então, eu saúdo V. Ex.ª. Aqui nós já fizemos inúmeros esforços - até hoje não conseguimos – no sentido de regularizar esses imóveis. Regularizando esses imóveis, nós estaremos necessariamente melhorando a arrecadação tributária da cidade de Porto Alegre.

 

O SR. ERVINO BESSON: Agradeço o aparte de V. Ex.ª Nessa linha, fomos aparteados também pelo Ver. Melo, com quem concordamos plenamente, porque não adianta a Prefeitura querer tributar, sacrificar as pessoas que têm seus imóveis regularizados, deixando de regularizar esses mais de cem mil imóveis na Cidade de Porto Alegre. Nós vamos reabrir esta discussão na votação do Orçamento, para que possamos votar o Orçamento de forma tranqüila, para que a Prefeitura não sacrifique uns em benefício de outros. Esse debate nós vamos fazer, e tenho certeza de que ele será de grande proveito para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu venho de um Bairro chamado Rubem Berta, que foi ocupado há quinze anos. Foi-nos proposta, pela Administração Popular de Porto Alegre, a participação no Orçamento Participativo, na busca de melhores condições de vida para aquela população de trinta mil moradores.

Cumprimos o ritual: fomos ao Orçamento Participativo e conquistamos, pelo voto, uma unidade de saúde, no chamado Programa Saúde da Família, isso em 1997. Após cinco anos dessa conquista, de estar gravada no caderno do Orçamento Participativo, gostaríamos de saber, da Administração Popular, por que a unidade ainda não foi instalada. As pessoas saíram de seus serviços, após oito, dez horas de trabalho, reuniram-se, ficando até às 10h, 11h da noite, para, no voto, conquistar o benefício para a comunidade; depois, com a caneta, se tira este benefício da população?! O bairro conquistou no Orçamento Participativo, pelas regras colocadas pela Administração Popular, o seu PSF (Programa de Saúde da Família), que atenderia mil e duzentas famílias. Infelizmente, após cinco anos, isso não saiu do papel. Essa comunidade reclama esse direito, sob o título de dizer que “isso é uma fraude”. Quando se conquista, na disputa com outros bairros, dentro do Orçamento Participativo, e não é implantado o que foi conquistado, onde foi parar esse dinheiro? Está no caderno de 1997.

Segundo, o Rubem Berta não pode ser considerado como um bairro de Porto Alegre; ele tem de ser considerado como uma cidade, pois tem mais de trinta mil habitantes. Ele tem um comércio irregular, que não pode ser regularizado, pois falta vontade política para isso, falta iniciativa do Poder Público para regularizar aquele comércio – são seiscentos estabelecimentos, que proporcionam vários empregos à população daquele Bairro. As pessoas precisam dar-se conta disso e tratar o Rubem Berta como uma cidade.

O posto de saúde faz imensa falta naquela região, pois a Prefeitura transferiu para o entorno do Rubem Berta diversas vilas de Porto Alegre; também tem que transferir Saúde, Educação, Segurança.

Também não se pode esquecer da parte social do conjunto habitacional Rubem Berta. Num conjunto com trinta mil habitantes, imaginem os senhores quantos adolescentes temos lá. E não temos uma escola de segundo grau. Lá o poder aquisitivo é baixíssimo, e os governantes têm que se dar conta de que nem todo o chefe de família, mesmo o que está empregado, consegue transferir ao filho, todos os dias, o vale-transporte para ele ir até a escola de segundo grau. Então, por lá começa um sistema que é danoso à própria população, pois os nossos adolescentes não têm onde estudar e concluir o segundo grau. Eles concluem o primeiro grau e ficam jogados nas esquinas, nos núcleos, nos bairros, nas passarelas, e assim estamos disponibilizando mais um “soldado” para o crime.

Por isso, solicito a esta Casa, ao Presidente e aos Vereadores que conheçam mais a história do Bairro Rubem Berta e intercedam em favor daquela região e daquele bairro, levando para lá a escola de segundo grau, e que façam cumprir o que está determinado no Orçamento Participativo: um posto de saúde, um PSF – Programa de Saúde da Família. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Solicito ao Ver. Aldacir Oliboni que assuma a presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a Pauta Especial, como suplente, tendo em vista que o Ver. Carlos Alberto Garcia não usou do seu tempo.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje é o nosso último dia de discussão de Pauta Especial sobre o Orçamento, e coube a mim ser o último inscrito.

Quero salientar, muito especialmente, a questão da habitação no nosso Município, até porque, ontem, aqui na Câmara Municipal, tivemos a Sessão que aprovou o Projeto Entrada da Cidade. Esse Projeto tem duas fontes de financiamento principais, que são: o FONPLATA, financiamento externo, para o qual autorizamos a Prefeitura ontem - o Projeto saiu daqui mesmo para ir ao Senado e já terá a aprovação para o financiamento externo -, e o Habitar-Brasil, que é uma verba federal, em torno de 9 milhões de reais. Também compõem o conjunto dos recursos os recursos realizados pelo Município de Porto Alegre – é aqui que eu quero chegar ao Orçamento – via DEMHAB.

É um Projeto importante em Porto Alegre, primeiro pelo aspecto simbólico de uma cidade que vai recuperando, gradualmente, ano a ano, de forma séria e contínua, a dignidade dos seus cidadãos e cidadãs.

Do ponto de vista simbólico, é muito importante para Porto Alegre, para quem chega a Porto Alegre, ver o Entrada da Cidade, ter um Projeto que garanta às pessoas que lá vivem uma vida digna. É um Projeto de envergadura, com três mil e trezentas casas, creche, escola, galpão de reciclagem do lixo, posto de saúde, três ruas e uma avenida, ou seja, um dos maiores projetos que nós, possivelmente, temos e teremos aqui, nestes anos, em Porto Alegre. Mas esse Projeto, obviamente, compõe um Orçamento destinado à Habitação, pelo Executivo, pelo DEMHAB. Nas plenárias do Orçamento Participativo, a Habitação foi escolhida como prioridade. Obviamente, a Habitação é prioridade sempre, porque ali é que está garantida uma vida digna para as pessoas. Dentro da Habitação, temos o projeto Entrada da Cidade. Mas, a curva do Orçamento em habitação em Porto Alegre é uma curva muito positiva e reflete a vontade da população via plenárias do OP.

Temos destinados 49 milhões e 900 mil reais no Orçamento para a Habitação, 50 milhões de reais para Habitação em números redondos. Esse número pode parecer solto, um número baixo até, para alguns. Mas para ter-se uma idéia, no sentido mais amplo do que investir em Habitação em nosso País, o Governo Federal, para este ano, até o dia 31 de dezembro, vai investir, durante todo o ano, 109 milhões em habitação; 109 milhões para todo o País. Isso significa que Porto Alegre sozinha, para um ano, investe quase 50%, em referência à verba federal, em habitação na nossa Cidade. Isso nos garantiu uma média de mais de mil unidades habitacionais por ano, desde que a Frente Popular assumiu a Prefeitura, uma média de oito e meio milhões de investimento em habitação por ano, desde que a Frente Popular assumiu a Prefeitura.

Quando se fala em mil habitações e se fala em oito milhões e meio anuais em habitação, não está sendo considerada a regularização fundiária. Porque a regularização fundiária - além da proposta do Ver. Besson de cobrar IPTU – tem de garantir os direitos daquele morador, daquela cidadã, daquele cidadão que estão ali. Então, não basta, para nós, cobrar IPTU deles, Ver. Pedro Américo Leal, se eles não tiverem saneamento, se a situação do imóvel não estiver regularizada, se não estiver urbanizada a sua rua, se não houver luz na rua. Como um cidadão, uma cidadã vai pagar IPTU se não tiver água em casa, por exemplo? Ou se não estiver regularizada a sua moradia? Ou se não houver calçamento e pavimentação na rua?

O que significa regularização fundiária? Regularização fundiária significa garantir, além da regularização do imóvel, da situação do terreno daqueles moradores, o saneamento básico, a iluminação, o calçamento e a pavimentação, com as definições todas da área, da região onde está sendo feita a regularização fundiária; principalmente significa saber se essa regularização não está em área de risco, o que significa, então, remoção daqueles moradores que estão em área de risco para uma área em que se possa fazer a regularização e assentar corretamente essas pessoas. Isso é tratar de forma séria a questão.

Dentro deste Projeto, a regularização fundiária tem sido sempre uma das prioridades, dentro da prioridade habitação. Daí, não precisamos conhecer muito de habitação para perceber, pela Cidade, quando vamos nas vilas e nas periferias da Cidade, quantas vilas já foram urbanizadas com: asfaltamento, calçamento, iluminação, saneamento básico. Não é por nada que Porto Alegre tem noventa e nove vírgula alguma coisa por cento de acesso à água, por exemplo, asfaltamento, calçamento, iluminação. Há uma série de vilas que têm a regularização fundiária como prioridade, não é uma questão de construir uma habitação. E tem o caso da habitação propriamente dito, que é o caso do Projeto Entrada da Cidade, por exemplo. Mas, poderia ser como foi no ano passado, no Projeto Lupicínio Rodrigues; pode ser dentro do Projeto da Cavalhada, que envolve, se não me engano, pouco mais de duzentas unidades habitacionais; pode ser o da região do Partenon, onde, há pouco, demos início às obras, que envolvem mais de cento e vinte unidades habitacionais. Poderíamos dar uma série de exemplos que demonstram o investimento em habitação. E esses exemplos não estão levando em conta a regularização fundiária, porque, se não levada em conta a regularização fundiária, a média anual em habitação e a média de investimento anual em habitação em Porto Alegre seriam bem maiores que os oito milhões por ano, bem maiores que as mil unidades habitacionais por ano.

Neste Orçamento, mais uma vez está a habitação como prioridade, com 50 milhões disponíveis para isso, que vão para o Projeto Entrada da Cidade, que vão para uma série de outros projetos que envolvem: regularização fundiária, construção de unidades habitacionais, que envolvem, inclusive, o terreno com um módulo sanitário. Aí tem o sistema cooperativado dos moradores que estão sem habitação, que constroem a sua habitação, tendo já o banheiro e o seu terreno. É dentro disso, portanto, a prioridade que queremos dar – e efetivamente damos, pela execução do Orçamento – na área habitacional.

Quero responder, com isso, ao que o Ver. Ervino Besson colocou, sobre a regularização fundiária. Nós temos efetivamente regularização fundiária e a tratamos com seriedade. E cobramos IPTU corretamente. É um imposto justo, dentro de uma situação justa de direitos adquiridos pelo próprio cidadão. O cidadão não está disposto a pagar o IPTU quando ele não tem um dos seus direitos atendidos, seja iluminação, seja água, seja pavimentação, seja calçamento. Regularização fundiária, sim; cobrança de IPTU, sim; mas, sempre dentro de um processo que possa resgatar a dignidade social na nossa Cidade, no que se refere, muito especialmente, à habitação.

Então, eu gostaria de finalizar tratando a habitação como o que foi escolhido pelo Orçamento Participativo: a prioridade das prioridades, o investimento maior, 50 milhões, tendo como símbolo maior o Projeto Entrada da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa constata, visivelmente, que não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h51min.)

 

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